Colunista nova: Ana Paula Calabresi na coluna Perfil e Opinião

Meu nome é Ana Paula Calabresi e moro em Vancouver, no Canadá, desde 2007. Tenho duas filhas, de 7 e 11 anos, e lido diariamente com o desafio que é manter as raízes culturais e linguísticas dentro de casa. Pra minha família é muito importante que mantenhamos o nosso idioma, e tenho orgulho em dizer que minhas meninas se comunicam perfeitamente na nossa língua. Lire la suite →

RIO 450 ANOS

A grande maioria dos que hoje, dia do quartoemeio centenário do Rio de Janeiro, estão escrevendo ou falando sobre ele nos jornais, canais televisivos e na imensa teia da web, está chamando o aniversariante de cidade. Estão profundamente errados…
Que todos eles me perdoem, mas o Rio não é uma cidade.
O Rio é, antes de tudo, um estado de espírito, uma ginga que desce malandra as escadarias da Lapa, que bamboleia os quadris a caminho do mar, que aninha o sol poente na forquilha dos Dois Irmãos, que toma a saideira no botequim de uma esquina suburbana, que adoraria tirar um selfie com a capivara da Lagoa, que inventa um samba-enredo nas vielas do Salgueiro.
O Rio é, depois de tudo, os braços abertos que a gente vê da janelinha do avião quando chega, o atejá da Ponte Rio-Niterói quando a gente parte, saudade indo, saudade vindo, o sal do mar e a água de côco vivendo na lembrança dos sabores, nas curvas da memória, como curvas têm a sua costa atlântica, a sua garota mais cheia de graça, as ondas dos surfistas.
E o Rio é, no meio de tudo, o dia-a-dia de ônibus cheios, de 45 graus à sombra, de balas perdidas, metrópole que às vezes sangra e chora, morre na descida do morro, apaga um futuro nos becos das favelas, luxo e lixo em proximidade obscena.
Mas o Rio é, sobretudo, o carro alegórico, a bateria e o mestre-sala, o Maracanã em dia de Fla-Flu, uma feijoada completa algures na Zona Norte, a caipirinha bebida defronte ao oceano infinito, o chopp gelado depois da praia, a vista do Corcovado, a espontânea alegria, a alegria da vida, a vida por viver.
Não chamem o meu Rio de cidade. Chamem-no de samba, mar, montanha, céu azul, sol tropical, natureza aberta, riso nos lábios.   Chamem-no de festa, de floresta, de cor. Chamem-no de AMOR.
Oswaldo Pereira
Março 2015
Para os que quiserem reler o texto que escrevi sobre o Rio em novembro de ano passado, é só clicar no link abaixo.

http://obpereira.blogspot.com.br/2014/11/cidades-que-dao-musica-iii.html

PASTOREIO DO TOURO A RECUPERAÇÃO DA PUREZA ORIGINAL

Nos dez quadros do pastoreio do touro, o mestre zen Kaku-as Shi-em na dinastia Sung, ilustrou as etapas da doutrina zen. Ali está o homem, dividido em personalidade e espírito, esquecido da pureza original, lutando contra tudo, incapaz de distinguir entre a falsidade e a verdade. Mas, ao prestar atenção àquilo que o rodeia, percebe, através dos sentidos, a verdadeira natureza das coisas, eliminando toda noção de ganho e perda, de claro e escuro. Enfim, a dualidade desaparece quando se recupera a natureza original. Lire la suite →

Não sei quem é o autor desta “coisa”, mas que é legal é!

A palavra « coisa » é um Bombril do idioma. Tem mil e uma utilidades. É aquele tipo de termo-muleta ao qual recorremos, sempre que nos faltam palavras para exprimir uma ideia. « Coisas » do português.

Gramaticalmente, “coisa” pode ser substantivo, adjetivo, advérbio. Também pode ser verbo: o Houaiss registra a forma « coisificar ». E, no Nordeste, há « coisar »: Ô, seu « coisinha », você já « coisou » aquela coisa que eu mandei você « coisar »?
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Não sei quem é o autor desta “coisa”, mas que é legal é!

A palavra « coisa » é um Bombril do idioma. Tem mil e uma utilidades. É aquele tipo de termo-muleta ao qual recorremos, sempre que nos faltam palavras para exprimir uma ideia. « Coisas » do português.

Gramaticalmente, “coisa” pode ser substantivo, adjetivo, advérbio. Também pode ser verbo: o Houaiss registra a forma « coisificar ». E, no Nordeste, há « coisar »: Ô, seu « coisinha », você já « coisou » aquela coisa que eu mandei você « coisar »? Lire la suite →