Itòn Oseturà

Ifá diz que nos tempos remotos, quando era possível ir do òrun ao Ayè, Olódùmarè enviou 400 Irùnmolè masculinos e um Irùnmolè feminino, Òsún, a Terra para prepará-la para habitação humana. A jornada teve exito, quando eles chegaram ao ikole Ayè (Terra), os Irùnmolè masculinos realizaram a tarefa que Òlódúmarè havia lhes confiado. Eles excluíram Òsún. Eles nunca pediam sua opinião em suas deliberações, eles não a aceitavam e não pediam nada a ela, ou seja, ela de nada participava.

Durante um tempo tudo seguia naturalmente para eles, tudo que eles fizeram teve exito. Então amanheceu e Òsún viu que precisava mudar a situação, convencida de que tinha um bom argumento para demostrar o caso, Òsún levou sua queixa a Òlódúmarè. Quando ela chegou ao Ìkòlé òrun ela disse a Òlódúmarè que seus colegas masculinos a excluíram das deliberações e das decisões e ela se sentiam como se não fosse parte do grupo que foi enviado ao Ìkòlé Ayè para preparar a sua habitação. Quando Òsún terminou sua narrativa, Òlódúmarè lhe deu um poder especial, àse, que ela poderia usar para fazer qualquer coisa que ela desejasse.

Armada com seu poder recentemente adquirido, Òsún regressou ao Ìkòlé Ayè. Ela se sentia segura dentro de si. Ela estava determinada a exigir respeito por parte dos Irùnmolè masculinos. Como de costume eles continuaram fazendo suas tarefas sem se dar conta da existência de Òsún. Desconhecidos para eles, eles estavam prontos a ter uma grande surpresa. Derrepente tudo ao redor começou a ficar caótico. Nada do que eles faziam dava certo. Nenhum trabalho era concluído corretamente porque Òsún estava trabalhando com seu poder secreto e insuperável. Òsún se ocupava em atrapalhar os esforços dos Irùnmolè masculinos na tarefa de construir o mundo para sua habitação. Aas colheitas que eles faziam não eram produtivas, os caminhos que eles haviam construídos começaram ser danificados e seu esforço para construir qualquer coisa era em vão. Eles logo perceberam que estavam experimentando uma difícil situação e isto exigia uma solução urgente. No entanto, eles decidiram voltar ao ikole òrun e falar para Òlódúmarè sobre esta péssima experiência.

Eles foram para o ikole òrun sem dizer nada a Òsún, eles a evitaram mais uma vez e nem ao menos lhes disseram sobre os atuais problemas. Quando chegaram ao ikole òrun eles contaram toda história a Òlódúmarè, de como as coisas estavam começando a dar erradas repentinamente, eles também disseram que seus esforços para controlar a situação haviam falhado, por conseguinte, disseram a Òlódúmarè que a tarefa estava se tornando impossível para eles. Ao final de sua narração, segundo Ifá, Òlódúmarè perguntou aos 400 Irùnmolè masculinos:

E a única mulher que eu mandei junto com vocês?

Vocês a incluíram em suas deliberações?

Alguma vez vocês pediram seus conselhos?

Vocês a respeitaram como igual?

Os Irùnmolè responderam:

Nós não fizemos nada disso.

Òlódúmarè mandou que eles voltassem ao ikole Ayè e pedissem a Òsún o perdão por tê-la desacatado e mandou que retornassem as suas tarefas.

Quando os Irùnmolè retornaram ao Ìkòlé Ayè, eles foram ver Òsún e se desculparam com ela, pelos seus feitos passados e pediram que ela os perdoasse. Como falado por Òlódùnmarè, eles retornaram as suas tarefas continuaram de onde tinham parado.

Milagrosamente as coisas começaram a ficar bem novamente, eles invocaram o espirito de Eégúngún e ele respondeu, eles invocaram o espirito de Orò, e ele também respondeu. Eles oraram e as orações se manifestaram.

Surpresos e felizes eles começaram a corrigir seus erros, eles cantaram um refrão em uníssono:

Nós damos nossa reverencia a Òsún.

Mãe que se apresenta em todas as relações e reuniões.

Nós damos nossa reverencia a Òsún.

“oloje iku ike obarainan”